quinta-feira, 25 de outubro de 2007

biopetróleo – e não biodiesel‏

biopetróleo – e não biodiesel‏

A matéria-prima será o fitoplâncton, que é constituído por fotoautotróficos, elementos primários dos oceanos, entre os quais se destacam as diatomeas, que são um grupo de algas unicelulares, que também estão nas águas doce continentais e na terra úmida.Um sistema produtor de energia integral desenvolvido por pesquisadores espanhóis a partir de algas marinhas e continentais, que substituirá o petróleo de origem fóssil, dessa forma reduzindo a contaminação ambiental, será implementado no final de 2007, segundo os responsáveis pelo estudo. Bernard Stroiazzo-Mougin, presidente da Biofuel Systems SL (BFS), a empresa espanhola que toca o projeto, explicou à IPS que “o sistema permitirá produzir de maneira maciça petróleo a partir de fitoplâncton, em um espaço reduzido e com custos realmente moderados”. Ao ser lembrado de que já se produz biodiesel em outros países, o executivo explicou que não é o mesmo que o fotobioreator produzirá em sua empresa. A BFS, com o apoio da Universidade de Alicante, “projetou um sistema totalmente diferente, que produz biopetróleo – e não biodiesel – a partir de um conversor de energia”, explicou empresário.O novo produto terá todas as vantagens do petróleo e permitirá a extração de todos seus derivados, “mas sem seus inconvenientes, pois não aumentará as emissões de CO² (dióxido de carbono), mas as reduzirá, e nem SO² (dióxido de enxofre), além de praticamente ausência de produtos secundários nocivos. A matéria-prima será o fitoplâncton, que é constituído por fotoautotróficos, elementos primários dos oceanos, entre os quais se destacam as diatomeas, que são um grupo de algas unicelulares, que também estão nas águas doce continentais e na terra úmida. Além disso, o uso das algas contribuirá para evitar prejuízos ao ecossistema aquático, porque o fitoplâncton costuma se multiplicar rapidamente, decompondo-se, esgotando o oxigênio da água e, em conseqüência, provocado mortandade de peixes. O fitoplâncton, que é o conjunto dos organismos aquáticos autótrofos dispersos na água com capacidade fotosintética, produz 98% do oxigênio da atmosfera terrestre. Segundo Stroiazzo-Mougin, o sistema da BFS garantirá uma produção 400 vezes superior a de qualquer outro biocombustível. Como exemplo, assinalou que “em uma superfície de 52 mil quilômetros quadrados podem ser obtidos 95 milhões de barris de biopetróleo por dia, isto é, toda a produção petrolífera mundial atual e a um preço sensivelmente inferior” ao do petróleo. Com esse sistema, afirmou, se assegurará uma fonte contínua de produção, inesgotável, além do fato de que utilizar o excesso de CO² contribuirá para amenizar o efeito estufa e restabelecer o equilíbrio térmico do planeta, pois este gás é um dos principais causadores da deterioração ambiental. Para substituir 40% do petróleo utilizado hoje em dia no mundo por biodiesel, produzido a partir de produtos vegetais, será necessário multiplicar por três a extensão das terras cultivadas atualmente, “algo totalmente impossível e contra-producente para a economia mundial”, ressaltou o empresário. O novo produto da BFS seria semelhante ao petróleo tradicional, que se formou “há milhões de anos sob altas pressões e temperaturas e em um clima de alta atividade sísmica e vulcânica, partindo dos mesmos elementos vegetais que utilizaremos agora (principalmente fitoplâncton)”, explicou Stroiazzo-Mougin. Foi “a biodegradação de determinados compostos orgânicos de origem vegetal (ácidos graxos e hidrocarboneto) que deu lugar ao petróleo, ou seja, um sistema semelhante ao que colocaremos em marcha”, acrescentou o empresário. Referindo-se à superfície necessária para produzir, diz que a soja produz 50 metros cúbicos por quilômetro quadrado, a colza de 100 a 140, a mostarda 130 e o óleo de palma 610 metros cúbicos, enquanto as algas produzem entre 10 mil e 20 mil metros cúbicos por quilômetro quadrado, tudo isso anualmente. Por outro lado, a BFS pensa em desenvolver uma tecnologia que lhes permita aumentar a produtividade de algas por hectares, antes que termine a instalação de sua primeira fábrica, que ficará na costa espanhola do mar Mediterrâneo e produzirá em um circuito fechado terrestre, embora também esteja previsto, mais tarde, desenvolver outras processadoras águas adentro. À pergunta se oferecerão a fórmula e o sistema de processamento a outros países, se irão se associar ou venderão a patente, ou se será sem custo, Stroiazzo-Mougin respondeu que “todos estes aspectos estão sendo estudados detalhadamente, desde a estrutura comercial da companhia. Devido à magnitude do sistema, são aspectos que devem ser analisados profundamente e para os quais ainda não temos uma resposta”, afirmou. Conversando sobre essa iniciativa, o coordenador da organização não-governamental Ecologistas em Ação, Luis González Reyes, afirmou à IPS que existe uma situação “muito complicada com relação à mudança climática e que é preciso ganhar tempo para avançar rumo a sociedades com um consumo muito menor de energia e que esta seja ecológica”. Sobre o projeto concreto da BFS, “do qual não estou informado a fundo, será preciso avaliar a taxa de emissão de CO² de todo o sistema, ou seja, a diferença entre o que fixariam as algas e depois o que for liberado como conseqüência de sua extração, processamento e combustão. Além disso, será necessário analisar a possível liberação de outras substâncias tóxicas durante sua combustão”, alertou o ecologista. Em todo caso, concluiu Reyes, “o importante, além de reduzir o consumo de energia, é que se pesquisa procurando por novas opções, como parece ser esta da BFS e da Universidade de Alicante”, Stroiazzo-Mougin afirmou que se reduzirá notoriamente a emissão de CO² e que não serão liberadas substâncias tóxicas, como explicaram os pesquisadores químicos e biólogos marinhos que participaram da pesquisa. (IPS/Envolverde

Um comentário:

Unknown disse...

PRODUÇÃO DE ETANOL COM ALGAS

O Prof. Pengcheng "Patrick" Fu da Universidade de Hawaii (EUA) desenvolveu uma tecnologia inovativa, produzindo em escala etanol com cyanobacterias modificadas (blue-green-algae). Esta fonte nova de etanol não entra em conflito com a produção de ração e de alimentos e consome ainda CO2 no seu cultivo no sistema de photo-bio-reator de baixo custo, usando a luz solar.

Fu já desenvolveu cepas de cyanobacterias, que produzem etanol como resíduo e ganhou uma patente mundial com a sua invenção.

O teste no laboratório de biotecnologia em Hawaii utilizou photo-bio-reatores (PBR) com luz artificial e com luz solar. O sol funciona melhor, diz Fu. Transformando um resíduo em uma coisa útil é uma solução importante. As “blue-green-algae” necessitam somente sol e como nutrientes também um pouco açúcar, especialmente à noite no período sem insolação, usando o resultado da produção tradicional de cana, um pouco melasse. Assim temos uma solução interessante para a indústria do setor sucroalcooleiro.

Brasil e outros países tropicais ganham deste modo uma segunda opção, processando o etanol com o novo feedstock micro-algae. Assim cana de açúcar & algas podem atender juntos a grande demanda de etanol do mercado mundial. A produtividade de algas por hectare é no mínimo 10 até 20 vezes maior do que o rendimento da cana, dependendo só da verticalização do cultivo da altura do sistema de photo-bio-reatores verticais. Assim o Brasil poderia produzir mais e mais etanol, usando menos espaço. A produção em massa de etanol com algas poderia ser realizada em grande parte no Nordeste do país, perto dos portos marítimos, estimulando assim a capacidade de exportação desta região carente.

Um projeto nacional de produção em escala de etanol com algas seria um desafio, que necessita um projeto de Parceria Pública e Privada (PPP), envolvendo o Governo Federal, EMBRAPA, CTC – Centro de Tecnologia Canaviera, UNICA e Usinas de Álcool e Açúcar, bem como entidades como OCB e REDENET – Rede Norte e Nordeste de Educação Tecnológica e principalmente universidades, especialmente centros de pesquisa de algas (como o LABIOMAR da UFBA e o Setor de Bioenergia da FTC, ambos em Salvador).

A tecnologia da empresa La Wahie Biotech vai ser ajustada agora para preparar uma planta experimental com alto rendimento, uma BIOFÁBRICA DE ETANOL DE ALGAS, um desafio técnico para o futuro próximo.

Professor Dr. Pengcheng Fu possui passaporte chinês e americano, foi convidado recentemente pelo Governo da China, de estruturar em Beijing um projeto piloto de etanol de algas. A equipe da empresa La Wahie Biotech Inc. em Hawaii coordena ações da matriz da empresa start-up e de uma ONG criada, da FUNDAÇÃO LA WAHIE INTERNATIONAL.


No Brasil está em fase de implantação uma filial em Aracaju-SE; representante é o Professor alemão Hans-Jürgen Franke, especialista em bioenergia.

Fu começou a formação em engenharia química, depois continuou com biologia. Ele estudou na China, Austrália, no Japão e nos Estados Unidos.

Ele trabalha também com a NASA, pesquisando o potencial energético de cyanobacterias para futuras colonizações na Lua e no Marte. Recentemente a empresa La Wahie Biotech ganhou avards e prêmios no campo de Pesquisa e Desenvolvimento. Daniel Dean e Donavan Kealoha, ambos estudantes da Universidade (law, technology and business) são parceiros de Prof. Pengcheng Fu.

Fu diz, que a produção de etanol na base de plantações do agrobusiness como cana de açúcar ou ainda milho é bastante lenta e gasta muitos recursos. Por esta razão ele optou para as cyanobacterias, que convertem a luz solar e o nocivo dióxido de carbono na sua alimentação e deixam como resíduo oxigênio e etanol.

Alguns cientistas pesquisam cyanobacterias para fabricar etanol, usando diferentes cepas. Mas a técnica de Prof. Fu é única. Ele resolveu inserir material genético dentro de um tipo de cyanobacterium, e agora o produto de resíduo é somente etanol, separado no circuito do sistema de photo-bio-reator através de uma membrana. Funciona muito bem, fala Prof. Fu.
O benefício é que a tecnologia de Prof. Fu começa produzir em poucos dias grandes quantidades de etanol com custo inferior do que técnicas convencionais.

O parceiro de Prof. Fu no Brasil - na representação da empresa La Wahie Biotech Inc. em Aracaju - Prof. Hans-Jürgen Franke – está coordenando o desenvolvimento de um sistema de photo-bio-reator de baixo custo. Prof. Franke vai articular agora projetos pilotos no Brasil.

Com o sequestro de dióxido de carbono (CO2) a tecnologia revolucionária de produção industrial de etanol de La Wahie Biotech Inc. serve ainda, para combater o aquecimento global.

Honolulo e Aracaju, 15 de Setembro 2008


Contatos:
• Prof. Pengcheng Fu – E-Mail: pengchen2008@gmail.com
• Prof. Hans-Jürgen Franke – E-Mail: lawahiebiotech.brasil@gmail.com

Tel.: 079-3243-2209