domingo, 23 de dezembro de 2007

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

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Gerador 100%
a biodiesel

O grupo catarinense Battistella, que faturou R$ 583,5 milhões e teve lucro líquido de R$ 20,766 milhões no ano passado, elegeu o segmento de energia limpa como prioridade no processo de reposicionamento de mercado. Para isso, fundiu a Maquigeral (divisão de geradores de energia) e a Abadir Distribuidora (unidade de produtos para transmissão), que juntas devem faturar neste ano cerca de R$ 110 milhões. O objetivo é dobrar de tamanho em três anos, de acordo com Sandra Battistella, diretora da Abadir e sócia do grupo.
O grupo prevê investir US$ 100 milhões em dois anos no processo de reestruturação. Na Abadir, foram aplicados neste ano R$ 15 milhões para elevar o número de filiais de seis para dez. Na próxima semana, a empresa coloca no mercado o primeiro gerador movido a biodiesel puro.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) durante dois anos. "O diesel usado nos geradores normais é muito caro em algumas regiões e é poluente. A política da empresa está voltada para desenvolver alternativas de energia limpa", diz Sandra. Para completar o pacote, a empresa testará a qualidade do biodiesel a ser comprado pelos clientes para garantir a qualidade. O grupo também negocia com o BNDES a criação de uma linha de financiamento para a aquisição de fontes de energia limpa. "Os clientes que já possuem geradores do grupo a diesel também poderão fazer a conversão para o biodiesel", diz.
Gérson Schmitt, presidente do grupo, observa que as vendas de geradores no país giram em torno de 5,7 mil unidades por ano. O grupo neste ano elevou as vendas no segmento em 65%, alcançando participação de mercado de 13,5%. "As empresas tendem a buscar alternativas à energia elétrica, sobretudo com fontes menos poluentes." A expectativa do grupo é conquistar 5% do mercado com o gerador a biodiesel dentro de um ano.
Para o primeiro trimestre de 2008, o grupo prepara o lançamento de mini-usinas de biodiesel, à base de óleo de cozinha reciclado. Um restaurante, por exemplo, poderia aproveitar o óleo que descarta para produzir o biodiesel e alimentar os geradores, segundo Schmitt. O grupo, porém, ainda não definiu o porte das máquinas.
Ainda no segmento de energia, a Abadir Distribuidora vai importar a bateria movida à célula de hidrogênio, que substitui as poluentes baterias de chumbo e são utilizadas, por exemplo, em nobreaks. A empresa representará no Brasil a Tyco Electronics. "Dessa forma, vamos oferecer fontes renováveis nas duas etapas de substituição da energia elétrica", afirma Sandra, observando que, em caso de queda de energia, as empresas normalmente utilizam nobreaks (para picos) e geradores (se a falta de energia é dura mais tempo).
O grupo Battistella - administrado pela sua terceira geração - está formado por 11 empresas divididas em quatro segmentos de negócios. Hoje, 57% da receita líquida do grupo (ou R$ 296,9 milhões) vem da área automotiva. O grupo responde por 16% das revendas de veículos da Scania no país, com 12 concessionárias em Santa Catarina e Paraná. "Foi um ano muito bom para o setor automotivo, especialmente a venda de caminhões", diz Schmitt, que prevê vender até 1,2 mil unidades em 2007, ante 877 o ano passado.
Na a área florestal - vocação original do Battistella - o grupo mantém seis empresas que, juntas, respondem por 32% do seu faturamento líquido. Os mais conhecidos são a Battistella Indústria e Comércio, que produz e exporta chapas e revestimentos de madeira, Mobasa e Flobasa - braço agrícola responsável pela produção florestal. "É um dos negócios mais promissores em resultados, mas dentro de um prazo de 18 a 20 anos", diz Schmitt. O grupo mantém 20 mil hectares de floresta preservada e outros 17 mil hectares de áreas plantadas com pinus.
No segmento de novos negócios, o grupo, por meio da Itapoá Terminais Portuários, investe com a Aliança Hamburg Süd R$ 423 milhões em um terminal portuário em Itapoá (SC), que deve entrar em operação em 2008 e tem capacidade para movimentar 300 mil contêineres por ano.

Datado: 26/10/2007 Fonte: Valor Econômico

Microalga como matéria-prima para a produçãode biodiesel e biopetróleo

Microalga como matéria-prima para a produçãode biodiesel e biopetróleo

O combustível denominado biodiesel apresenta vantagens quanto à produção e utilização.
Estas vantagens poderão ser ampliadas, pelo aproveitamento da grande biodiversidadeque o país apresenta, pois as muitas espécies capazes de produzir biodiesel crescem bem nos diversos territórios do nosso solo agrícola.
Essa diversificação pode garantir a continuidade da produçãode biodiesel especialmente por fazer a salvaguarda de quebras de safra, perdas sazonais, etc.
Como matérias-primas para a produção de biodiesel, vêm sendo empregadas espécies vegetais; porém, como as microalgas já demonstraram potencialidades para a produção de biodiesel, e várias vantagens em relação aos vegetais superiores, deveriam ser consideradas como possíveis fontes de matéria-prima. Este trabalho tem por objetivo fazer uma análise crítica do uso de microalgas para produção de biodiesel, considerando as vantagens e desvantagens do seu uso, bem como sugestões de estudos e tecnologias a serem desenvolvidos.
Matérias-primas utilizadas na produção industrial de biodiesel As principais matérias-primas utilizadas são: a soja, a mamona e o dendê. A soja tem potencial para oferecer todo o óleo necessário mesmo para a mistura dos 5%, porém ela sofre restrições de natureza econômica.
A mamona é uma cultura que apresenta viabilidade para dar sustentabilidade aos assentamentos rurais no semi-árido, sendo a base de uma das cadeias produtivas do semi-árido. Em relação ao dendê, a Agropalma utiliza o óleo que é resíduo do processo de refino. Neste caso, o processo utilizado é a esterificação dos ácidos graxos residuais no processo de refino do óleo.
Matérias-primas em estudo
Outras oleaginosas vêm sendo testadas em plantas experimentais, como o girassol, o algodão, o amendoim, o nabo forrageiro, o milho.
Em relação às plantas nativas, embora algumas apresentembons resultados em laboratórios, como o pequi, o buriti e a macaúba, sua produção é extrativista e não há plantios comerciais que permitam avaliar com precisão as suas potencialidades. No caso da Jatropha curcas L, os estudos vêm avançando e esta escolha baseia-se nas ótimas qualidades da mesma, chegando a produzir de 1 a 6 toneladas de óleo/ha.
Quanto ao uso do sebo, o biodiesel gerado é de qualidade ligeiramente inferior, porém, o custo de produção é cerca de 30% inferior ao daquela proveniente de óleos vegetais Critérios para análise da seleção de matérias-primas para a produçãode biodiesel Estes critérios estão baseados em aspectos relevantes como: grande teor de óleo por área e por período de cultivo; a cultura deve apresentar um balanço energético favorável; o preço da matéria-prima deve ser compatível com a necessidade de fornecer biodiesel com preços equivalentes ao diesel; o subproduto de extração do óleo deve ser aproveitado, sempre que possível, na alimentação humana ou animal; a cultura oleaginosa deve ser parte da rotação de culturas regionais; o biodiesel produzido deve atender as especificações dos motores.
Características relevantes das oleaginosas utilizadas na produçãode biodiesel, observam-se os custos de produção e a produtividade em grãos e do óleo bruto por área de cultivo, bem como o percentual de óleo no grão das principais oleaginosas.
Microalga como matéria-prima para a produção de biodiesel.
Características principais de algumas oleaginosas Oleaginosa Custo produção (R$/ha)Produtivide Norma Grãos- kg/haTeor de óleono Grão - %Produtivide agrícola óleo bruto- kg/ha Amendoim 3.000,00 2.700,00 40 - 43 1.215 Dendê 2.100,00 20.000,00 22 4.400 Girassol 1.100,00 2.000,00 38 - 48 900 Mamona 650,00 500,00 45 - 50 240 Soja 1.300,00 3.000,00 18 600Fonte: Citado por Gil Câmara em Agronegócios de Plantas Oleaginosas, 2006 [1]3.2 Considerações gerais acerca das microalgas Os óleos encontrados nas microalgas possuem características físico-químicas e químicas similaresa os de óleos vegetais e por isto elas podem ser consideradas como potencial matéria-primapara a produção de biodiesel. Da Tabela 3, pode-se verificar que os óleos das microalgas apresentam composição em ácidos graxos semelhante à de óleos vegetais; não foram disponibilizados dados sobre as propriedades físico-químicas destes. Sabe-se que entre os óleos vegetais, a composição em ácidos graxos varia e, por conseguinte, variam as suas propriedades físico-químicas (exemplo, a estabilidadeà oxidação) o mesmo ocorrerá com o óleo extraído de diferentes microalgas e de condições variadas de cultivo.
Tabela 3. Composição química do óleo de algumas microalgas
Microalga Principais ácidos graxos1Dunaliella salina C14:0/ C14:1/ C16:0/ C16:3/ C16:4/ C18:2/ C18:3Isochrysis sp. C14:0/ C14:1/ C16:0/ C16:1/ C18:1/ C18:3/ C18:4/ C22:6Nannochloris sp. C14:0/ C14:1/ C16:0/ C16:1/ C16:3/ C20:5Nitzchia sp. C14:0/ C14:1/ C16:0/ C16:1/ C16:3/ C20:6(1) C14:0 (mirístico), C14:1 (miristoléico), C16:0 (palmítico), C16:1 (palmitoléico), C18:0 (oléico), C18:2 (linoléico),C18:3 (linolênico), C20:5 (eicosapenteneóico)
As microalgas são potencialmente adequadas para a produção de combustíveis; entretanto, os dados de laboratório acerca desta produção são limitados e não existe um redimensionamento, assim como não existem muitos dados sobre o cultivo de microalgas para a produção de combustíveis. Desta forma, a discussão sobre a utilização destes microorganismos na produção de combustíveis tem que ser baseada em extrapolações. O cultivo de microalgas apresenta várias características interessantes: custos relativamente baixos para a colheita e transporte e menor gasto de água, comparados aos de cultivo de plantas; pode ser realizado em condições não adequadas para a produção de culturas convencionais.
As microalgas apresentam maior eficiência fotossintética que os vegetais superiores e podem ser cultivadas em meio salino simples; além disto, são eficientes fixadoras de CO2.
Estudos recentes mostraram que no caso de algas com 50% de sua massa seca em óleo, somente 0,3% da área cultivada dos EUA poderiam ser utilizadas para produzir biodiesel suficiente parar epor todo o combustível usado em transporte; além disto, a terra utilizada para o cultivo de microalgas é desértica, com baixo valor econômico para outros usos e com alta irradiação solar e que neste cultivo podem ser utilizados resíduos de outras produções, como o CO2 de processos industriais e resíduos orgânicos. Em relação ao rendimento em óleo, o de microalgas é pelo menos quinze vezes maior que o de palma, que é o de maior produtividade. Existe uma estimativa de produção de óleo de microalgasde 15.000 a 30.000 L/Km2.
A sua extração é simples, pode ser realizada com hexano, exatamente como em indústria alimentícia. Existe, ainda, a possibilidade de um máximo aproveitamento dos resíduos, como exemplo, a fermentação a metano. Os teores em lipídios e triglicerídios (TG) dependem das condições das culturas, sendo que nos anos de 1940, foram relatados percentuais bastante elevados, de 70 a 85% em lipídios.
Apresentamos algumas microalgas promissoras como matéria-prima para a produção de biodiesel, em vista do seu percentual de lipídios[4;12]. Em relação à Dunaliella [12], do lipídio produzido pelas células, obteve-se até 57% comoTG – molécula de partida para a produção do biodiesel. No caso de algumas microalgas inseridas na Tabela 4, o percentual de lipídio é baixo, porém, sabemos dos estudos feitos que é possível aumentá-lo.Tabela 4 - Percentual de lipídios em algumas microalgas em relação à massa seca Microalga % de Lipídios Microalga % de Lipídios Scenedesmus obliquus 12-14 Euglena gracilis 14-20Scenedesmus dimorphus 16-40 Prymnesium parvum 22-38Chlamydomonas rheinhardii 21 Porphyridium cruentum 09-14Chlorella vulgaris 14-22 Spirulina platensis 04-09Spirogyra sp. 11-21 Synechoccus sp. 11Dunaliella tertiolecta 64-71Fonte: Elaboração própria a partir de dados das refers. [4] e [12].
Os custos estimados apontam valores entre 5 e 25 US$/kg para cultivo em fermentadores industriais, com base em experimentos de laboratório. Quanto à qualidade do biodiesel produzido, apresentamos na Tabela 5 os dados referentes a itens da especificação do biodiesel, segundo a ANP, do biodiesel produzido a partir de algumas oleaginosas e de microalga. Tabela 5 – Características do biodiesel de oleaginosas e de microalga Oleaginosa Caracterísitcas do Biodiesel Norma ANP Soja Girassol Canola Mamona Amendoim MicroalgaPonto de Fulgormin. (oC)100 149 152 159 153 149 115Índice de acidez max. (mgKOH/g)0,80 0,30 0,50 0,33 0,80 0,60 0,37Massa específica20oC (kg/m3)anotar 876 877 878 913 872 864Fontes: Elaboração própria a partir de dados de Resultados e discussão A seleção da matéria prima é a decisão mais importante a ser tomada já que o custo da mesma representa entre 60 e 80% do custo total de produção do biodiesel.
De 1978 até 1996 o Department of Energy’s Office of Fuels Development desenvolveu o Aquatic Species Program – Biodiesel fromAlgae no intuito de estudar a produção de biodiesel através de microalgas crescidas em tanque, com alto teor de lipídios e utilizando CO2 residual de planta de queima de carvão para a produção de energia. Destes estudos, não foi possível evidenciar um aumento na produtividade geral de óleo quando se impunha um stress à cultura de microalgas, o que era propalado no meio científico, mas somente um aumento no teor de óleo nas células. Além disto, foi concluído que o custo do processo de produção é elevado para a produção de um combustível para a substituição do diesel, e que como o custo está principalmente relacionado a questões biológicas, é imprescindível para conseguir a sua diminuição encontrar organismos que apresentem altíssimos níveis de conversão da luz solar em biomassa. Contudo, os testes em tanque, ao longo de um ano, evidenciaram uma Microalga como matéria-prima para a produção de biodiesel eficiência elevada (superior a 90%) na utilização de CO2 e alta produtividade em biomassa – de50g/m2.dia; mas esta produtividade não era sustentada ao longo dos meses do ano por conta de diminuições importantes na temperatura local; e para contornar este problema foi sugerido o uso de um sistema de controle de temperatura. As dificuldades, portanto, são: encontrar cepas com altoteor de TG, com crescimento rápido, fácil de colher e sistema de cultivo com custo apropriado. Resultados promissores vêm sendo obtidos em relação ao aumento no teor de lipídios na biomassa de microalgas: Chlorella cultivada em diferentes regimes de luz; Navioua pelliculosa em estarvaçãode silício; Dunaliella tertiolecta em diferentes concentrações de cloreto de sódio no meio, chegando a ter 57% do seu peso em TG . Além disto, os TG podem ter a sua composição em ácidos graxos variada dependendo de fatores como intensidade de luz, temperatura, e isto influencia na qualidade do biodiesel produzido, como por exemplo, no índice de iodo e na viscosidade.
Emrelação ao sistema de cultivo, faz-se necessário um aumento da produtividade em biomassa, sem acarretar aumento de custos de instalação e operação.
Conclusões e recomendações Os dados aqui apresentados evidenciam a grande potencialidade do uso de microalgas para a produção de biodiesel. Contudo, para estabelecermos esta prática urge que façamos um estudo extenso com cepas que possam ter o seu nível de TG manipulado de forma a maximizá-lo, como aquelas já citadas; em paralelo, seria interessante buscar novas cepas com este potencial. Em relação ao sistema de cultivo, faz-se necessário um aumento da produtividade em biomassa, sem acarretar aumento de custos de instalação e operação. Com este objetivo, o nosso grupo desenvolveu um novo sistema de agitação de cultivo em tanque, que em escala de bancada forneceu uma produtividade em biomassa de Spirulina, a microalga inicialmente testada, de 26 g/m2/dia, tendo sido, então, dada a entrada num pedido de Depósito de Patente. Ainda neste ano, iniciaremos os estudos numa escala de planta-piloto.

Iniciativas desta natureza são imprescindíveis para que tenhamos dados que no momento são escassos, como o de custos para uma análise da viabilidade econômica do processo global – desde o cultivo até a obtenção do biodiesel. Neste sentido, é de extrema importância a criação de uma rede de uso de microalgas para a produção de biodiesel, que incluiria uma gama imensa de estudos.

Referencias bibliográficas1 Câmara, G. M. S., Heiffig, L. S. - Agronegócio de Plantas Oleaginosas: Matérias-Primaspara Biodiesel. Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz deQueiroz”, Dep. De Produção Vegetal, Piracicaba, São Paulo, 2006.2 Plano Nacional de Agroenergia, Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento,Brasília, DF, 2005.3 Biodiesel: uma opção emergente para a agricultura em mato grosso do sul. Disponívelem: 4 Chapter 6- Oil production. Disponível em: w7241e0h.htm>. Acesso em: 25 de mai 2006.5 Sheehan, J.; Dunahay, T.; Benemann, J.; Roessler, P. A look back at the U. S. Departmentof Energy’s Aquatic Species Program- Biodiesel from Algae, Colorado, 1998.6 Pirt S. J. The thermodynamic efficiency (quantum demand) and dynamics of photosyntheticgrowth. New Phytologist, 102, 3-37, 1986.7 Brown L. M. Zeiler, K. G. – Aquatic biomass and carbon dioxide trapping. EnergyConversion and Management, 34, 1005-13, 1993.8 Disponível em: . Acesso em: 13 de fev.2006.9 Benemann, J. R. –CO2 Mitigation with microalgae systems. Energy Conversion Management,38, S475-479, 1997.10 Vichez C., Garbayo, I., Lobato M. V., Vega, J. M. – Microalgae-mediated chemicalsproduction and waste removal. Enzyme Microbial Technology, 20, 562-72, 1997.11 Disponível em: . Acesso em: 13 de fev.2006.12 Takagi, M., Karseno, Yoshida, T. – Effect of salt concentration on intracellular accumulationof lipids and triacylgliceride in marine microalgae Dunaliella cells. Journalof Bioscience and Bioengineering, 101,n.3, 223-6, 2006.13 Duerr E.O., Molnar A., Sato V. - Cultured microalgae as aquaculture feeds. J. MarBiotechnology, 7, 65-70, 1998.14 Relatório de análise da EQ – UFRJ.15 Wu, Q.; Miao, X. - Biofuels production from microalgae after heterotrophic growth.Tsinghua University. Disponível em pdf/36_qingyu_wu_en.pdf> Acesso em: 25 de mai de 2006.16 Nichols, B. W. - Light induced changes in the lipids of Chlorella vulgaris. Biochimicaet Biophysica Acta (BBA) - Lipids and Lipid Metabolism, 106, n.2, 274-9, 1965.17 Coombs, J., Darley, W. M., Holm-Hansen, O., Volcani, B. E. -Studies on the Biochemistryand Fine Structure of Silica Shell Formation in Diatoms. Chemical Compositionof Navicula pelliculosa during Silicon-Starvation Synchrony. Plant Physiology, 42,1601-6, 1967.

biopetróleo – e não biodiesel‏

biopetróleo – e não biodiesel‏

A matéria-prima será o fitoplâncton, que é constituído por fotoautotróficos, elementos primários dos oceanos, entre os quais se destacam as diatomeas, que são um grupo de algas unicelulares, que também estão nas águas doce continentais e na terra úmida.Um sistema produtor de energia integral desenvolvido por pesquisadores espanhóis a partir de algas marinhas e continentais, que substituirá o petróleo de origem fóssil, dessa forma reduzindo a contaminação ambiental, será implementado no final de 2007, segundo os responsáveis pelo estudo. Bernard Stroiazzo-Mougin, presidente da Biofuel Systems SL (BFS), a empresa espanhola que toca o projeto, explicou à IPS que “o sistema permitirá produzir de maneira maciça petróleo a partir de fitoplâncton, em um espaço reduzido e com custos realmente moderados”. Ao ser lembrado de que já se produz biodiesel em outros países, o executivo explicou que não é o mesmo que o fotobioreator produzirá em sua empresa. A BFS, com o apoio da Universidade de Alicante, “projetou um sistema totalmente diferente, que produz biopetróleo – e não biodiesel – a partir de um conversor de energia”, explicou empresário.O novo produto terá todas as vantagens do petróleo e permitirá a extração de todos seus derivados, “mas sem seus inconvenientes, pois não aumentará as emissões de CO² (dióxido de carbono), mas as reduzirá, e nem SO² (dióxido de enxofre), além de praticamente ausência de produtos secundários nocivos. A matéria-prima será o fitoplâncton, que é constituído por fotoautotróficos, elementos primários dos oceanos, entre os quais se destacam as diatomeas, que são um grupo de algas unicelulares, que também estão nas águas doce continentais e na terra úmida. Além disso, o uso das algas contribuirá para evitar prejuízos ao ecossistema aquático, porque o fitoplâncton costuma se multiplicar rapidamente, decompondo-se, esgotando o oxigênio da água e, em conseqüência, provocado mortandade de peixes. O fitoplâncton, que é o conjunto dos organismos aquáticos autótrofos dispersos na água com capacidade fotosintética, produz 98% do oxigênio da atmosfera terrestre. Segundo Stroiazzo-Mougin, o sistema da BFS garantirá uma produção 400 vezes superior a de qualquer outro biocombustível. Como exemplo, assinalou que “em uma superfície de 52 mil quilômetros quadrados podem ser obtidos 95 milhões de barris de biopetróleo por dia, isto é, toda a produção petrolífera mundial atual e a um preço sensivelmente inferior” ao do petróleo. Com esse sistema, afirmou, se assegurará uma fonte contínua de produção, inesgotável, além do fato de que utilizar o excesso de CO² contribuirá para amenizar o efeito estufa e restabelecer o equilíbrio térmico do planeta, pois este gás é um dos principais causadores da deterioração ambiental. Para substituir 40% do petróleo utilizado hoje em dia no mundo por biodiesel, produzido a partir de produtos vegetais, será necessário multiplicar por três a extensão das terras cultivadas atualmente, “algo totalmente impossível e contra-producente para a economia mundial”, ressaltou o empresário. O novo produto da BFS seria semelhante ao petróleo tradicional, que se formou “há milhões de anos sob altas pressões e temperaturas e em um clima de alta atividade sísmica e vulcânica, partindo dos mesmos elementos vegetais que utilizaremos agora (principalmente fitoplâncton)”, explicou Stroiazzo-Mougin. Foi “a biodegradação de determinados compostos orgânicos de origem vegetal (ácidos graxos e hidrocarboneto) que deu lugar ao petróleo, ou seja, um sistema semelhante ao que colocaremos em marcha”, acrescentou o empresário. Referindo-se à superfície necessária para produzir, diz que a soja produz 50 metros cúbicos por quilômetro quadrado, a colza de 100 a 140, a mostarda 130 e o óleo de palma 610 metros cúbicos, enquanto as algas produzem entre 10 mil e 20 mil metros cúbicos por quilômetro quadrado, tudo isso anualmente. Por outro lado, a BFS pensa em desenvolver uma tecnologia que lhes permita aumentar a produtividade de algas por hectares, antes que termine a instalação de sua primeira fábrica, que ficará na costa espanhola do mar Mediterrâneo e produzirá em um circuito fechado terrestre, embora também esteja previsto, mais tarde, desenvolver outras processadoras águas adentro. À pergunta se oferecerão a fórmula e o sistema de processamento a outros países, se irão se associar ou venderão a patente, ou se será sem custo, Stroiazzo-Mougin respondeu que “todos estes aspectos estão sendo estudados detalhadamente, desde a estrutura comercial da companhia. Devido à magnitude do sistema, são aspectos que devem ser analisados profundamente e para os quais ainda não temos uma resposta”, afirmou. Conversando sobre essa iniciativa, o coordenador da organização não-governamental Ecologistas em Ação, Luis González Reyes, afirmou à IPS que existe uma situação “muito complicada com relação à mudança climática e que é preciso ganhar tempo para avançar rumo a sociedades com um consumo muito menor de energia e que esta seja ecológica”. Sobre o projeto concreto da BFS, “do qual não estou informado a fundo, será preciso avaliar a taxa de emissão de CO² de todo o sistema, ou seja, a diferença entre o que fixariam as algas e depois o que for liberado como conseqüência de sua extração, processamento e combustão. Além disso, será necessário analisar a possível liberação de outras substâncias tóxicas durante sua combustão”, alertou o ecologista. Em todo caso, concluiu Reyes, “o importante, além de reduzir o consumo de energia, é que se pesquisa procurando por novas opções, como parece ser esta da BFS e da Universidade de Alicante”, Stroiazzo-Mougin afirmou que se reduzirá notoriamente a emissão de CO² e que não serão liberadas substâncias tóxicas, como explicaram os pesquisadores químicos e biólogos marinhos que participaram da pesquisa. (IPS/Envolverde